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29 de dezembro de 2009

Avenida das Américas em 1972 - nem tão longe mas muito diferente...


Cerca de 37 anos separam essa foto da Avenida das Américas (quando ainda se chamava Rio-Santos) para os dias de hoje. Em termos de uma cidade como o Rio de Janeiro, fundada em 1565 é pouco - existem locais muito mais antigos.

Mas a Barra da Tijuca talvez tenha sido o bairro com o mais rápido desenvolvimento urbano na história do Rio. Os 400 anos em que ficou praticamente isolada do restante da cidade parece que serviram de incentivo ao rápido crescimento.

Tal crescimento acabou levando a destruição de muitos sítios arqueológicos que mostravam a ocupação da área da Barra da Tijuca por populações muitos anteriores aos índios da época do descobrimento do Brasil. É possível que ainda existam outros, de importância histórica, nas áreas de preservação ambiental do Recreio dos Bandeirantes.

Hoje esse local da "Miami" brasileira tem vários prédios, a avenida está muito mais larga, com sinais e radares mas, mesmo assim, ainda continuam ocorrendo acidentes nela devido a imprudência dos motoristas.

O autor desse blog conheceu a Avenida das Américas tal como mostra a foto acima. Quando criança, a Barra para ele era um território virgem a ser explorado. Talvez por isso, anos depois ele tenha se habituado a ir do Leblon, onde mora, até Grumari, de bicicleta, em um passeio cansativo mas mesmo assim muito interessante.

A origem do Arco do Leme - foto do Rio antigo

Quem hoje sai do shopping Rio Sul com destino a Zona Sul costuma passar pela Ladeira do Leme e pelos arcos do Leme. Vai perceber que são antigos e talvez tenha a curiosidade de saber porque foram feitos no alto de um morro.

Originalmente eles faziam parte do atual forte Duque de Caxias, construído entre 1776 e 1779, por ordem do Vice-Rei, Marquês do Lavradio. Na época era conhecido como Forte do Vigia tinha a missão de alertar as demais fortificações da aproximação de embarcações inimigas e de possíveis tentativas de desembarque em Copacabana, que era isolda do restante da cidade por morros de difícil transposição (ver post sobre túnel velho).

Sua linha de defesa  terminava com um portão de pedra até hoje existente na Ladeira do Leme, agora conhecido como Arco do Leme.

Uma curiosidade sobre o forte Duque de Caxias (antigamente forte do Vigia) é que Tiradentes (Alferes Joaquim José da Silva Xavier) ali serviu em 1789, como integrante da Cia. de Dragões de Minas, que então guarnecia a fortificação.



O cabo submarino de telégrafo na praia de Copacabana

Em certo aspectos o reinado de D. Pedro II foi muito avançado. O monarca era um entusiasta das inovações tecnológicas e com isso apenas quatro anos após a instalação do primeiro fio telegráfico instalado através do mar no mundo, o Governo Imperial já se preocupava com a comunicação telegráfica entre o Brasil e o continente europeu.

Em 1853, dentre as propostas recebidas para a instalação de um cabo submarino no Brasil, estava uma que faria a ligação do Rio de Janeiro, Recife e Belém com a Europa.

Depois de muitas concessões que não foram a frente, a 16 de agosto de 1872, o Decreto 5.058 concedeu ao Barão de Mauá o privilégio, por 20 anos, para lançar cabos submarinos e explorar a telegrafia elétrica entre o Brasil e a Europa. Finalmente, a 22 de junho de 1874, o Brasil era ligado à Europa pelo cabo submarino. Nesse dia, por seus serviços prestados, o Barão de Mauá foi elevado a Visconde.

A foto mostra a praia de Copacabana (Posto 6), na última década do século XIX. À direita, entre cajueiros e pitangueiras, vê-se o casebre onde entrava o cabo submarino.

Quem hoje vai ao Posto 6 dificilmente consegue imaginar que um dia ele já teve a aparência tal qual a da foto.



O túnel velho em Copacabana - foto do Rio antigo

Essa foto é do Túnel Velho a primeira ligação efetiva da Zona Sul do Rio com o restante da cidade.

Infelizmente o diretor de cinema Fábio Barreto sofreu recentemente um acidente de carro nesse mesmo local, sofrendo sérios ferimentos na cabeça. Esperamos que se recupe e continua a dirigir filmes com a maestria de sempre, que já lhe rendeu indicação para o Oscar.

Mas voltando ao Túnel Velho: foi construído em 1892 pelo engenheiro Coelho Cintra e é considerado o primeiro grande marco de urbanização e desenvolvimento do bairro de Copacabana. Seu nome verdadeiro é túnel Alaor Prata, denominação que passou a ter quando do seu alargamento em 1927. No entanto é mais conhecido como Túnel Velho, sua construção levou oito meses e foi concluído em 1892 ano, que passou a ser considerado, da fundação de Copacabana.

Ele é conhecido por túnel velho desde 1904 quando foi aberto o túnel novo, na Avenida Princesa Isabel.



Um aspecto interessante da construçãodo túnel velho para ligação à Copacabana é que a construção pode ser considerada uma das primeiras parcerias público-privadas da história do Brasil.
 
Quem o contruiu foi a companhia Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico. Começava a haver interesse na expansão imobiliária do bairro de Copacabana mas existia uma grande dificuldade de acesso ao bairro, que era isolado por inúmeros morros.  A construção veio a facilitar a expansão.
 
E a Companhia Ferro-Carril acabou ganhando 2 vezes com o tunel: a primeira vendedo alguns terrenos que ela tinha em Copacabana e que se valorizaram com a abertura do tunel; a segunda com a expansão das linhas de bondes para o bairro - a primeira linha de bonde de Copacabana cruzava o tunel velho

28 de dezembro de 2009

A Avenida Paulo de Frontin antes do elevado - Fotos do Rio antigo

Em uma grande intervenção urbanística na cidade do Rio, decidiu-se construir o Elevado Engenheiro Freyssinet, muito mais conhecido pelos cariocas como Elevado Paulo de Frontin.



Hoje é passagem obrigatória para quem vai ou volta da Zona Sul passando pelo tunel Rebouças. Seria inconcebível imaginar o fluxo de carros que hoje passam diariamente por ele na Avenida Paulo de Frontin, logo abaixo. Se por um lado desafogou o trânsito no bairro do Rio Comprido, foi também responsável pela grande desvalorização dos imóveis de lá. As fotos logo abaixo eram da Avenida Paulo de Frontin em 1923/ 24,  bem antes do viaduto. Repare o morro do Cristo Redentor ( que não existia na época....) ao fundo.





No entanto a história desse elevado não é só de glórias - nele aconteceu uma das maiores tragédias da história do Rio, hoje esquecida ou desconhecida por muitos cariocas.Em 20 de novembro de 1971, 112 metros do elevado desabaram quando ele estava em fase final de conclusão. A tragédia ocorreu quando um caminhão-betoneira, com oito toneladas de cimento e pedra, passava sobre o elevado em construção na altura do cruzamento com a Rua Haddock Lobo. A tragédia deixou 48 pessoas mortas e dezenas de feridas.



Com o bloqueio da Rua Haddock Lobo e o fechamento parcial do Túnel Rebouças, um enorme congestionamento paralisou a cidade. A tecnologia da construção do viaduto na época era considerada revolucionária. Ou por ser nova ou por ser o início da impunidade que assolaria o Rio e o Brasil, nunca foram apontados responsáveis para o debamento. Quando da reconstrução o governo achou mais prudente fazert um teste de carga mais rigoroso até mesmo para tranquilizar a população. Colocou vários caminhões carregados no elevado como mostra a foto abaixo.



O acidente obrigou a reconstrução do vão e o reforço estrutural de todo o viaduto. Aproveitando estas intervenções, o governo do antigo estado da Guanabara decidiu estendê-lo por quase dois mil metros, até o Campo de São Cristóvão, em cima da Rua Figueira de Melo, o que veio a se tornar a parte mais antiga da Linha Vermelha.

Os ambulantes e camelôs de ontem, parte 3 - Fotos do rio antigo

Essa é a terceira e última postagem sobre os ambulantes e camelôs de antigamente. E bem válido para os tempos atuais, de "choque de ordem" dos senhores Eduardo Paes e Rodrigo Benthlem, onde mais uma vez uma das profissões mais antigas da cidade, camelô e/ ou ambulante, passa por repressão intensa.

Para acessar as duas postagens anteriores, clique em parte 1 ou parte 2

Garrafeiros: hoje não encontramos mais ambulantes vendendo garradas de vidro pela cidade mas eles eram bastante comuns em torno de 1895. Era uma época em que o petróleo há pouco havia sido descoberto e não existiam artigos de plástico. Só existiam garrafas de vidro e não eram lá muito baratas. A outra opção para armazenar água e outros líquidos eram as moringas de barro, hoje também em extinção. Mas uma foto de Marc Ferrez.



Verdureiro: na verdade não era apenas verduras que eles vendiam. Frutas (repare o cacho de bananas na foto) alhos, cebolas, etc.. tudo era comercializado por esse ambulante. Existem alguns hoje em dia mas em número proporcionalmente muito menor do que em 1895. Os supermercados, hortifrutis, cobais e outros, com uma variedade muito maior, quase sempre também com produtos com qualidade superior e preços que nem sempre são mais caros foram acabando com esses ambulantes. Foto de Marc Ferrez em 1895.

 

Doceiros e vendedores de pão doce: não importanta se há mais de 100 anos ou agora, doces sempre forão uma atração para os cariocas. Por isso ambulantes e camelôs vendendo doces e pão doce eram bem comuns no Rio antigo e mesmo hoje em dia não é difícil encontrar os sucessores deles, os baleiros e pipoqueiros. As duas fotos abaixo, também de Marc Ferrez em 1895, mostra esses dois tipos de ambulantes do passado da cidade. A primeira é de um doceiro e a segunda de um vendedor de pão doce.





Vendedor(a) de miudezas: os armarinhos e as lojas de R$ 1,99 também tiveram ambulantes antecessores. Eram os vendedores(as) de miudezas que comercializavamm toda variedade de objetos de pequeno valor. O interessante dessas foto é que é de uma mulher em 1895. Para as mulheres com menos recursos, viúvas ou de famílias pobres, o trabalho era necessário desde cedo. Foto de Marc Ferrez.





Espero que ao fim dessa série com 3 postagens sobre os camelôs e ambulantes do Rio antigo, muitos percebam que essa é uma das profissões mais antigas da cidade. Pensar em acabar com ela seria inútil e até prejudicial ao Rio pois é fonte de renda para muitas pessoas e famílias.

Acredito que trata-se muito mais de regulamentar, de uma forma inteligente, sem os "choques de ordem" que muitas vezes escondem interesses imorais, para que a cidade progrida socialmente.

21 de dezembro de 2009

Arpoador, na época de Vinícius de Moraes

O Arpoador é uma das praias mais democráticas que existem, tal como Copacabana. Se durante a semana, em dias com sol não intenso é frequentado pela elite local, nos fins de semana é destino de milhares de banhistas de subúrbios da cidade, que vão a procura de suas águas limpas e em geral tranquilas.

É também um local que sofreu fortes transformações, conforme a Zona Sul da Cidade crescia.

Hoje não circulam mais carros lá mas antigamente era onde as auto-escolas iam treinar seus alunos. A mãe do autor, por exemplo, fez muitas "barbeiragens" lá aprendendo a dirigir.

Coloquei duas fotos: a primeira do Arpoador entre as décadas de 1950 e 1960; a segunda de como ele é hoje para que o leitor possa constarar as grandes transformações urbanísticas pelo qual o lugar passou.

Era a época de Tm Jobin e Vinícius de Moraes. De uma certa forma, o Rio de hoje é bem diferente do da época deles. Sempre me pergunto como seriam as músicas deles feitas no Rio de hoje...






18 de dezembro de 2009

Choque de ordem, Orla Rio, Rodrigo Bethlem - algo não cheira nada bem

Vocês podem estar se perguntando o que uma postagem com esse título tem a ver com um blog para divulgar fotos do Rio antigo. A verdade é que nada. Mas como o que a Prefeitura do Rio, com o "choque de ordem" do Sr. Rodrigo Bethlem tentou fazer na  "nova" regulamentação dos barraqueiros da praia é quase uma indecência, vale a pena mencionar aqui porque isso vai entrar para a história da cidade como uma das maiores tentativas de usar o poder público para benefício próprio.

Vamos aos fatos:

O prefeito Eduardo Paes junto com seu secretário Rodrigo Bethlem decidem estender a operação choque de ordem aos barraqueiros da areia das praias do Rio - existem muitas coisas erradas e ilegais praticadas por alguns deles sim. Mas grande parte acontece por falta de fiscalização da prefeitura, desde o início do ano comandada por esses senhores:
  • o comércio de alimentos em palitos já era proibido há muitos anos;
  • da mesma forma a venda de alimentos manuseados ou preparados na areia já era proibida;
  • a presença de animais na praia já era proibida;
  • a venda de produtos falsificados já era proibida;
  • o consumo de bebidas em garrafas de vidro já era proibido;
  • deixar a barraca montada na areia de um dia para o outro já era proibido
Ou seja, todos os motivos levantados para essa operação choque de ordem já eram proibidos. Na verdade se acontecia era por falta de fiscalização e desde o início do ano de 2009 os senhores Eduardo Paes e Rodrigo Bethlem são os responsáveis por ela. Porque eles não fiscalizaram ? Porque era preciso uma operação choque de ordem com toda a "pirotecnia" que envolve elas?

É agora que entram na história a Orla Rio, o senhor João Barreto, seu filho João Marcello Barreto da Costa e uma entidade chamada Pró-Rio.

A Orla Rio é uma entidade que detém por concessão da prefeitura o monopólio da exploração dos 309 quiosques existentes entre o Leme e o Recreio. É comandada pelo senhor João Barreto, cuja riqueza contrasta com a pobreza de muitos quiosqueiros. Se alguém já se perguntou porque o preço do coco, da cerveja ou do refrigerante parece ser tabelado nos quiosques a resposta para isso se chama Orla Rio e João Barreto. Também se se perguntou porque alguns são tão mal cuidados e com aparência de falta de capricho, novamente essa é a resposta.

A concessão da exploração dos quiosques pela Orla Rio, embora não feita pelo Eduardo Paes, é um dos atos mais imorais da história do Rio. Nunca houve licitação para isso e é um negócio que movimenta milhões por ano. O Ministério Público deveria olhar com muita atenção essa concessão, que parece ser completamente contrária ao interesse dos cariocas.

Pois bem, não satisfeito em faturar seus milhões com o monopólio da exploração dos quiosques, o senhor João Barreto e sua Orla Rio queriam estender seus tentáculos para as areias das praias e monopolizá-las totalmente. Em troca desse monopólio um possível apoio e verba ano que vem a candidatura de Rodrigo Bethlem a deputado federal.

Como conseguir isso? Com uma operação choque de ordem de fachada que, ao criar um novo padrão de barracas, caixas térmicas e operação diária geraria uma despesa praticamente impagável aos atuais barraqueiros, seria bancada pela "iniciativa privada" do senhor João Marcello Barreto da Costa, filho do João Barreto. Em troca de sua generosidade os barraqueiros apenas poderiam comprar mercadorias com a entidade criada por ele há cerca de um mês atrás, a Pró-Rio. Monopólio nos quiosques e nas barracas da areia com preços altos e grande lucros para poucos...

Os detalhes dessa indecência:

A barraca, as caixas térmicas, cadeiras e guarda-sóis de alugar não podem ter propaganda de fornecedores. Há apenas um fornecedor para elas (e aí Ministério Público...)  Nenhuma empresa se interessaria em patrocinar se não puder divulgar suas marcas. Apenas  aquela que ganharia dinheiro com o monopólio. Sabem qual o nome da entidade que se firmou convêncio com a prefeitura para bancar isso e alega ter gasto até agora R$ 1,5 milhões: Pró-Rio cujo presidente é o senhor João Marcello Barreto da Costa, filho do João Barreto, "dono" da Orla Rio. Ah, o João Marcello também é vice-presidente da Orla Rio....

A Pró-Rio é digna do senhor Rodrigo Benthlem se envergonhar por ter firmado um convênio com ela. Ela foi constituída há pouco mais de um mês e o endereço dela é... o mesmo da Orla Rio ! Pergunte aos cerca de 800 barraqueiros quem a conhece você contará em uma mão o número. Mesmo assim ela diz ter sido convidada pelas 4 associações de barraqueiros existentes a "colaborar" com elas. O mais interessante é que nenhum barraqueiro sabe dos termos do convênio assinado entre as as associações, a Pró-Rio e a Secretária Especial de Ordem Pública.

Os barraqueiros podem não saber mas o senhor João Marcelo sabe muito bem. O mais importante é que os barraqueiros apenas poderiam fazer a carga e descarga de mercadorias entre as 06:00 e as 07:00 da manhã, ou seja eles apenas poderiam comprar de outros fornecedores nesse horário. Fora desse perído a compra só poderia ser feita em unidades da Pró-Rio, controlada pelo João Marcello. Quem anda na praia logo cedo pela manhã sabe que são raríssimos os barraqueiros que começam a montar suas barracas nesse horário até por questões de segurança.

Eis aí como o senhor João Marcello, Pró-Rio, João Barreto, Orla Rio, Rodrigo Bethlem iriam monopolizar inteiramente o comércio nas praias e possivelmentes apoio e verbas para uma candidatura a deputado federal.

E apenas para quem ler ter noção da indecência que o Eduardo Paes e Rodrigo Bethlem se envolveram, espero que por engano: uma pessoa procurada pela Pró-Rio (ou seria Orla Rio...) para ser responsável por uma das unidades do Leblon (a que chamaram de "UA") afirmou que ele pegaria a caixa com 12 cervejas em lata na Pró-Rio a R$ 13,00 e só poderia vender aos barraqueiros a R$ 16,80. Em troca dos "serviçcos prestados" ganharia uma barraca na areia. Ou seja o Prefeito e o Secretário Especial de Ordem Pública aparentemente deixaram uma entidade privada tomar decisões públicas que lhe beneficiam. A custo de quê? Incompetência, interesses particulares envolvidos, etc ? Cabê ao Ministério Público, através da promotora Gláucia Santana, da 5a. Promotoria de Justiça e Cidadania do Ministério Público Estadual respoder.

Promotora, dê um choque de ordem no Eduardo Paes e Rodrigo Bethlem pois aparentemente eles bem merecem...

Uma indecência feita nas coxas

Para que esse monopólio gere o maior lucro à Pró-Rio (ou Rio Orla...) era preciso que fosse implantado rápido. E foi isso que eles tentaram fazer aparentemente com todo o apoio da prefeitura.

O problema é que faltavam os novos modelos de barraca, caixas térmicas e pouco se atentou para a operação logística bem como para as condições particulares da praia piloto para implantação, o Leblon. Além disso entraram várias frentes frias nas primeiras semanas de dezembro: se o tempo não ajudou o carioca a ir a praia com certeza contribui bastante para desmascarar essa indecência orquestrada pela Pró-Rio e Orla e Rio e apoiada pela Secretária Especial de Ordem Pública.

A Secretária de Especial de Ordem Pública "forçou a barra" para que os barraqueiros montassem suas barracas no início de dezembro apesar do tempo ruim. Serviria de propaganda. Só que uma propaganda negativa porque foi feito "nas coxas": viam-se pouquíssimas barracas do modelo novo e caixas térmicas. A maior parte dos barraqueiros estava usando seus isopores antigos e uma barraca nova do modelo antigo.

A "novidade" é que eles não precisariam desmontar as barracas à noite como há anos é feito. Haveria segurança para isso e as mercadorias poderiam ficar ali "seguras". Uma decisão equivocada: desviaria policiais e guardas municipais para tomar conta de barracas ao invés de patrulhar a cidade que já tem grandes índices de violência. Além disso reparem as fotos das barracas à noite na praia, enfeiando a paisagem. Essa foto foi tirada no dia 12/12/2009 no Leblon. O que está escrito abaixo aconteceu após essa data


Com as várias frentes frias que entraram em dezembro, o mar ficou de ressaca. O trouxe à tona mais um amadorismo de quem orquestrou essa operação.

Qaundo o mar fica de ressaca no Leblon ele varre a praia toda, muitas vezes chegando a calçada e as pistas de carros. É evidente, para quem conhece a praia do Leblon,  que ele carregaria barracas, cadeiras, guarda-sóis que foram deixados na areia a pedido e sobre a responsabilidade da Secretária Especial de Ordem Pública.

Como alguém da Secretária percebeu que isso ocorreria, determinou aos guardas municpais que movessem todas as barracas e apetrechos para perto da calçada. Se a aparência estava ruim piorou muito com essa medida. Além disso, para falar a verdade, os guardas municipais não tiveram nenhum capricho com essa movimentação...

O que era um choque de ordem tornou-se uma tremenda bagunça sobre a supervisão da Secretária Especial de Ordem Pública. Então novamente alguém determina que recolham todas as barracas em caminhões para não deixá-las perto da calçada. Como o tempo estava chuvoso pouquíssimos barraqueiros estavam presentes quando isso foi feito. Não houve controle de qual e quanta mercadoria estava em cada barraca.

Se houve ou não furto e desvio quando dessa remoção  pela guarda municipal, sem acompanhamento dos barraqueriros, não podemos afirmar. O fato é que inúmeros deles estavam reclamando disso e que ninguém da Secretária Especial de Ordem Pública queria se responsabilizar por esse suposto desvio ou furto.

Quando escrevo hoje, após ler algumas matérias no Jornal o Globo, a promotora Gláucia Santana instala inquérito civil para apurar as possíveis irregularidades nessa operação choque de ordem e convênio sem licitação. Vamos aguardar os resultados.

Um breve comentário sobre a operação choque de ordem

Um ditado antigo diz que em casa de ferreiro espeto é de pau. Pois bem a Secretária Especial de Ordem Pública age exatamente dessa forma. Reboca carros irregulares mas estaciona os seus descaradamente em cima das calçadas para que fiquem na sombra. Qual o motivo dessa pick-up, placa HMI-4982  estar parada dia 17/12/2009, as 10:30 na calçada do Jardim de Alah que não ficar na sombra?




E aí Eduardo Paes e Rodrigo Bethlem ? Que tal um choque de ordem em vocês...


30 de setembro de 2009

Os ambulantes e camelôs de ontem, parte 2 - Fotos do rio antigo

Continuando o post anterior sobre ambulantes e camêlos do passado do  Rio, segue mais algumas fotos de pessoas em suas atividades, todas tiradas por Marc Ferrez por volta de 1895.

Vendedor de bengalas e guarda-chuvas em 1895. Ambulantes vendendo guarda-chuvas continuam existindo  em grande quantidade principalmente durante um temporal no centro do Rio quando parecem surgir do nada. Nota-se que até mesmo as roupas dos ambulantes eram muito mais formais antigamente do que hoje em dia.



Hoje já não é tão comum mais ainda vemos ambulantes vendendo alho e cebola, principalmente em áreas com menor nível de renda.



Dos ambulantes de antigamente, talvez o cesteiro seja o que menos sobreviveu. O plástico, derivado do petróleo, muito mais barato e industrializável, quase acabou com esse ofício apenas presente em feiras artesanais. Com o aumento da preocupação com o meio ambiente e sendo o plástico um dos grandes vilões da poluição ambiental, é provável que o ofício de cesteiro volte a florecer no Rio de Janeiro. Afinal a cesta é ecologicamente correta enquanto o plástico não.


24 de setembro de 2009

Lapa em 6 tempos - Fotos do Rio antigo

A série de gravuras que estão expostas abaixo é conhecida de muitos cariocas. Ela mostra a evolução da Lapa desde 1758 até os dias atuais.

Infelizmente não sei o nome de quem fez as gravuras. Já vi algumas delas expostas tais como quadros em alguns estabelecimentos. A única vez que eu vi um local vendendo-as foi em uma banca de jornal no Largo da Carioca. Por sinal, bem caras.


Lapa  como seria em 1758








Uma suposição da Lapa em 1840








Lapa em 1906

Lapa em 1958 - nos tempos de Madame Satã

Lapa em 1988

Lapa atualmente, um lugar onde a vida noturna do Rio acontece

Ressaca quase no obelisco da Avenida Rio Branco - Fotos do Rio Antigo

A Avenida Rio Branco sofreu grandes transformações no período de um século para cá. Até seu nome era diferente: Avenida Central.

Antes do aterro, que distanciou a baía de Guanabara uns 200 metros do fim da avenida Rio Branco, o mar batia muito próximo do obelisco que existe até hoje nela. Ressacas sempre foram frequentes no Rio de Janeiro.

Na primeira foto, de 1919, vemos uma das ressacas e o obelisco:




Na segunda foto, novamente uma ressaca perto de onde está o obelisco na Avenida Rio Branco. Não dá para precisar a data certa dessa foto, mas nota-se no quanto direito andaimes usados na construção do Palácio Monroe.



Avenida Francisco Bicalho e rodoviária Novo Rio - Fotos do Rio Antigo

Essa foto é uma preciosidade do acervo histórico da Light. Mostra a Avenida Francisco Bicalho entre 1918 e 1920. Naquela época só existia o Gasômetro (existe até hoje mas se encontra desativado) e pouquíssimas construções ao redor.

Não existia nem sombra do que veria ser a Rodoviária Novo Rio, que só seria inaugurada em 1965. A rodoviária do Rio era o Terminal Mariano Procópio, na Praça Mauá, bem ao lado do atual prédio da Polícia federal. Para quem conhece esse terminal dá para perceber que, mesmo com muitos menos ônibus do que atualmente, ele era um caos. O falecido cartunista Carlos Estêvão (1941-1972), da revista O Cruzeiro, fazia piadas com o caos nos transportes coletivos cariocas. já naquela época




21 de setembro de 2009

Os ambulantes e camelôs de ontem - Fotos do rio antigo

Em relação aos ambulantes e camelôs a população do Rio parece apenas ter dois sentimentos para eles: ou ama-os ou odeia-os.

Existem bons e maus argumentos para cada desses dois sentimentos. Nosso objetivo aqui não é criticá-los e sim mostrar que os ambulantes e camelôs estão há muitos anos presentes na história do Rio de Janeiro. Por isso talvez a existência até hoje deles nas nossas ruas.

As fotos abaixo foram tiradas por Marc Ferrez por volta de 1895:

Mascate do Rio antigo- o atual camelô do Rio atual:



Amolador de facas e tesouras do rio antigo - ainda hoje presente em nossas ruas


Vendedores de aves do Rio antigo - os quiosques que ainda restam na cidade onde são vendidos frangos e miúdos são um resquício desse tempo.


Funileiro no Rio antigo - hoje não vemos mais pelas ruas mas era assim que nossos avos compravam e consertavam panelas:


15 de setembro de 2009

Vista Chinesa ontem e hoje - Fotos do Rio antigo

Existem algumas controvérsias a respeito da origem do mirante da Vista Chinesa. A versão abaixo é provavelmente a mais plaúsivel existente.

"Sabe-se que desde 1856 o Jardim Botânico estava ligado ao Alto de Boa Vista por uma estrada carroçável, aberta por influência do Barão do Bom Retiro e cuja execução e manutenção foi contratada a Thomas Cochrane. Registra a crônica da idade que, nessa obra, foram empregados trabalhadores "cules" trazidos de China (Macau) para desenvolver a lavoura do arroz , mas que, não tendo demonstrado qualquer habilidade para a agricultura, foram aproveitados na construção da estrada. Essa região apresenta uma assombrosa coincidência de presença chinesa, iniciada com a vinda dos plantadores do chá de D. João VI.

Depois do fracasso dessa lavoura, segundo Brasil Gerson, os chineses se teriam espalhado "pelas fraldas da Tijuca". Em 1844 um mapa da área registra uma edificação denominada "Casa dos Chinas", provavelmente um resquício dessa primitiva experiência. Essa "vocação" provavelmente explica por que a Prefeitura (o prefeito Pereira Passos, em 1903, com projeto do arquiteto Luis Rey, em argamassa copiando o bambu) edificou ao margem dessa estrada, anos mais tarde, um pavilhão denominado "Vista Chinesa', que ainda pode ser visitado." (texto extraído da Wikipedia)

Foto de Augusto Malta em 1906
Foto de Henrique Cavalcanti em 2008

Igrejinha de Copacabana - fotos do Rio antigo

Onde é o Forte de Copacabana ficava a Igrejinha de Copacabana. Foi demolida em 1918 para dar lugar ao forte de Copacabana.

 A imagem de Nossa Senhora de Copacabana, que deu nome ao bairro foi levada pela família Tefé para Corrêas, Petrópolis.

Não se sabe ao certo quando a Igrejinha de Copacabana foi fundada e construída. Existem documentos mostrando que em 1732 o bispo frei Antônio de Guadalupe, estando ela em ruínas, pedia consertos no telhado, paredes, etc..

A foto foi tirada por Marc Ferrez em 1895.

O futebol no Rio de Janeiro, Fluminense - fotos do Rio antigo

A adoção do futebol no Rio de Janeiro coube a Oscar Cox, em 1897. Como não existia campo apropriado e quase nenhum praticante, pouca se usou a bola que ele encomendou na Europaa iniciativa de sua adoção.

Somente em 1902 nasceu o primeiro clube de futebol carioca. O Fluminense Football Club. Apesar do pioneirismo, hoje o Fluminense está quase sendo rebaixado para a segunda divisão do campeonato brasileiro e com poucas chances de reverter esse quandro até o fim do ano.

A foto abaixo mostra o campo das Laranjeiras, pertencente ao Fluminense como era antigamente. Infelizmente não dá para precisar a data da foto.

O convento da Ajuda na Cinelândia - fotos do Rio antigo

Muitas vezes o "céu e o inferno" estão muito próximos no Rio de Janeiro. Ou então até mesmo no mesmo lugar, apenas em épocas diferentes.


Hoje quem toma um chopp na Cinelândia não consegue imaginar que exatamente onde estão os bares já houve o Convento da Nossa Senhora da Conceição ou mais conhecido como Convento da Ajuda.


Esse convento foi inaugurado em 1750. Em 1911 foi demolido com a finalidade de ser construído um luxuoso hotel no local. Esse hotel nunca chegou a ser erguido mas em compensação vários prédios surgiram, como o Cinema Odeon.


A foto abaixo é de 1907, mostrando o convento da Ajuda e o também já demolido Palácio Monroe.


O Zeppelin no Rio de Janeiro - fotos do Rio antigo

O Rio de Janeiro fui possivelmente um dos destinos das viagens dos Zeppelins da Alemanha. Ele pousava no Campo dos Afonsos e depois em Santa Cruz. Esses sobrevôos tinham função de propaganda e com certeza cumpriam o seu objetivo. Quem viu, nunca mais esqueceu. A superioridade da engenharia alemã ficava demonstrada com esse vôos.
Quando mencionei que o Rio foi possivelmente um dos destinos isso ocorreu porque existe uma divergência de opiniões. Alguns dizem que o destino final era Buenos Aires, na Argentina, ou o  Uruguai ou que eles fizeram apenas viagens esporádicas para esses países sendo o destino o Rio mesmo.
O hangar dos Zeppelins em Santa Cruz. Na foto vemos o famoso Hidenburg em 1935 na entrada da hangar, que existe até hoje. O Hidenburg, em 1937 após um vôo transatlântico, pegou fogo em Lakehurst nos Estados Unidos matando 35 das 97 pessoas a bordo.

O ferry boat e a barca da Cantareira para Niterói - fotos do Rio antigo

Hoje ir à Niterói de carro é algo bastante trivial para um grande número de cariocas, bastando pegar a ponte Rio-Niterói. De preferência, em um horário em que ela não esteja engarrafada.


No entanto, nem sempre foi assim. A ponte só foi inaugurada em 1974. Existiam antes desse ano duas alternativas para se chegar a Niterói de carro: por Magé, num percurso de quase 100 km, ou então pelo ferry boat, a balsa que saia da Praça XV levando carros e caminhões.


A foto abaixo é do Ferry boat para Niterói em 1970. Já era mais "moderno". Como muitos pessoas mais idosas ainda se referem à barca para Niterói como "barca da Cantareira" segue logo abaixo uma foto dela, em 1950.

Ferry boat para Niterói em 1970
"Barca da Cantareira" em 1950 saindo da Praça XV


Para quem já foi a Porto Seguro e enfrentou as grandes filas que se formam para pegar a balsa para Arraial da Ajuda e vice-versa, tente imaginar repetir esse processo para os cerca de 110.000 veículos/ dia que passam pela ponte atualmente, num percurso na água umas 30 vezes maior...

Hoje seria inimaginável considerar a ligação Rio-Niterói sem a ponte. Amanhã, quem sabe, o mesmo poderá ser dito sobre uma ligação de trem ou metrô...

8 de setembro de 2009

Bois e vacas na praia do Pepe - Rio Antigo

A foto abaixo, tirada em 1972, mostra como foi o rápido o desenvolvimento da Barra da Tijuca. Até esse ano era não só imaginável, como perfeitamente natural que transitassem bois e vacas em frente a Praia do Pepe, hoje um dos pontos mais badalados da Barra da Tijuca.

Hoje seria completamente impensável pensar em bois e vacas no local. Salvo as que a prefeitura alguns anos atrás autorizou que fossem colocadas ao longo da orla do Rio de Janeiro.

6 de setembro de 2009

Barra da Tijuca - especial Rio antigo

Hoje a Barra da Tijuca talvez seja o bairro que mais cresce na cidade do Rio de Janeiro. No entanto nem sempre foi assim e até bem pouco tempo atrás, na verdade, praticamente ficou parada no tempo.

A Barra da Tijuca ficou praticamente isolada do restante da cidade por cerca de 400 anos, considerando a fundação do Rio de Janeiro em 1565. O principal determinante para esse isolamente de séculos foi a dificuldade de acesso, já que a Barra é rodeada por montanhas altas e de difícil transposição além de um bom pedaço ter sido alagado e pantanoso.



Sua ocupação só começou de forma mais efetiva em 1939, a partir da construção da primeira ponte sobre a lagoa da Tijuca. O acesso tornou-se mais fácil para quem via da Zona Sul com carro, após passar pela Avenida Niemmeyer, Estrada da Gávea e por fim pela Estrada do Joá.

Água, telefone, gás, rede de esgoto, nada disso havia. Até o fornecimento de energia elétrica era precário.

Aos poucos os moradores mais aventureiros da Zona Norte, sobretudo Tijuca e Grajaú, começaram a frequentar com mais frequência as paias da Barra e foram superando as dificuldades dos caminhos das estradas de Furnas, das Canoas, da Gávea Pequena, e da Grajaú-Jacarepaguá.

Nessas excursões, alguns começaram a adquirir terrenos nos loteamentos que ficavam nas imediações da 1a. ponte sobre a lagoa, onde hoje conhecemos como Jardim Oceânico. O restante da Barra da Tijuca continuava um imenso deserto de pessoas. A comunicação era muito complicada entre a Barrinha e o Recreio dos Bandeirantes. O Recreio dos Bandeirante, por mais incrível que pareça hoje, já era acessível desde 1920 e por isso tinha mais construções do que o restante da Barra.


No entanto o crescimento urbano da cidade do Rio de Janeiro chamou a atenção para o "sertão carioca". E daí começa a história da Barra tal como a conhecemos hoje. Por volta de 1950 começam a surgir planos para a ocupação da Barra da Tijuca. Na época o Governo do estado da Guanabara encarrega o arquiteto Lúcio Costa de elaborar um plano piloto


O blog Rio antigo vai fazer uma série de postagens sobre a Barra da Tijuca, para mostrar um pouco do passado do bairro que hoje é conhecida como a "Miami carioca". Encante-se.

4 de agosto de 2009

Terminal Eramo Braga - fotos do Rio antigo

Hoje o edifício garagem, em frente a Rua São José é um ponto de encontro na cidade.
Ainda hoje existe um terminal rodoviário nele mas não custa lembrar como era esse terminal no final da década de 50, início da de 60.

Leblon na década de 60 - fotos do Rio antigo

Essa foto mostra um Leblon que cada vez existe menos: tranquilo, residencial.
O autor desse blog estudou em uma das casas que existiam na praça Athaulpa (primeiro plano), no extindo Colégio Leblon.
Era uma época boa, onde ainda existiam muitos telhados e não coberturas no Leblon.

Avenida Rio Branco em 1923 - fotos do Rio antigo

Para quem hoje reclama do tumulto que é o centro da cidade, especialmente a Avenida Rio Branco, talvez sirva de consoo sabe que já era assim em 1923.
Aliás pela foto de Augusto Malta dá até para questionar se não era ainda mais movimentado e tumultuda em 1923. Reparem como era o a esquina da Avenida Rio Branco com a rua da Assembléia: